Os fabricantes de automóveis estão acelerando o lançamento de tecnologias focadas em evitar acidentes. Mas na outra ponta, as companhias de seguros estão cautelosas as tecnologias e aos clientes que buscam descontos em apólices comprando carros equipados com esses dispositivos.
O mercado global para esse tipo de sistema de segurança ativa e passiva deve atingir US$ 67 bilhões até 2025. Isso é um crescimento de mais de 10% ao ano. Um grupo de 20 montadoras firmou um acordo para equipar praticamente todos seus carros com sistemas de alerta de colisão dianteira e frenagem automática de emergência a partir de 2020.
As marcas que assinaram o acordo nos EUA são Audi, BMW, Fiat-Chrysler, Ford, General Motors, Honda, Hyundai, Jaguar Land Rover, Kia, Maserati, Mazda, Mercedes-Benz, Mitsubishi, Nissan, Porsche, Subaru, Tesla, Toyota, Volkswagen e Volvo.
“Qualquer um que esteja em um carro com soluções avançadas de tecnologia não vai dar um passo para trás”, disse Kevin Clark, o CEO da sistemista Aptiv PLC.
O custo de frenagem automática de emergência, assistente de manutenção em faixa e controle de velocidade adaptativo, pode ser relativamente baixo´para uma marca. Algo entre US$ 500 e US$ 1 mil por veículo, disse Clark. “O fabricante pode cobrar por isso e os consumidores vão pagar”, completou.
Apesar dos bons ventos que Clark e o setor de sistemistas esperam, a área de seguros não vê com os mesmos olhos.
Atuando com uma margem reduzida de lucro, as empresas de seguros pessoais, pagaram mais de US$ 244 bilhões em prêmios em 2018, só nos Estados Unidos. O dado é da National Association of Insurance Commissioners, uma espécie de associação dos corretores.
CARROS À FRENTE DO SEU TEMPO:
Seguros de carros são vistos como um meio para que as companhias vendam outras coberturas aos compradores, em parceria, o que torna o negócio mais lucrativo.
De acordo com a Swiss Re AG, maior resseguradora do mundo, e a Here, empresa que produz mapas para GPS e pertence a BMW e a Audi, tecnologias de segurança tem o potencial de reduzir a frequência de acidentes de veículos motorizados em mais de 25%. Isso reduziria o pagamento de seguros (prêmios), mundialmente, em US$ 20 bilhões para carros equipados com essas tecnologias.
Contudo, as seguradoras nos Estados Unidos dizem não ter dados suficientes para validar os dados da indústria dos benefícios, em termos de segurança, para os novos sistemas.
Eles citam que os fabricantes relutam em fornecer dados detalhados dos modelos vendidos com essas tecnologias, uma falta de padrão consistente, uso imprevisível dos sistemas por parte dos motoristas e o alto custo de reparo. Sensores, radares e outros componentes são instalados no para-brisa ou para-choques. Segundo um estudo, o custo de reparo de pequenas colisões podem dobrar se o carro tiver estes sensores e eles forem danificados.
“Nós não vamos ir contra os dados e criar algum tipo de falso desconto para propósito de gerar marketing nesse ponto”, disse Steve Armstrong, vice-presidente de precificação da Allstate Corp, uma das maiores seguradoras dos Estados Unidos.
A Swiss Re está liderando esforços para criar uma tabela de risco global e um mecanismo que permita aos fabricantes de veículos fornecer dados a Swiss RE, o que permitiria recomendar descontos na apólice as seguradoras.
“Se nós dissermos que esses carros são mais seguros, as seguradoras ficam mais dispostas a acreditar em nós, como nós tomamos parte do risco”, disse Sebastian Bongers, chefe de produto e tecnologia da Swiss Re.
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