A Ford acaba de relançar o jipe Bronco nos Estados Unidos, que virá para o Brasil na versão Sport, a ser importada do México. Foi produzido durante 30 anos (1966 a 1996) e descontinuado, pois o mercado estava, segundo os marqueteiros da empresa, mais a fim de um SUV do que um jipe.
Erraram: a Jeep apostou uma pilha de fichas nos utilitários esportivos, sem contudo abandonar o lendário jipe Wrangler, um sucesso da marca até hoje.
A Ford voltou atrás 24 anos depois e foi além: Bronco não é mais um modelo, porém uma nova marca da empresa, dedicada aos clientes apaixonados pelo off-road.
Uma das novidades mecânicas do novo Bronco é que, além do câmbio automático (deve ter norte-americano que nunca viu um pedal de embreagem na vida…) tem também um manual de sete velocidades. Além de constar no pomo da alavanca a numeração de “1” a “6” e “R” (reverse ou ré), tem outra marcha com letra ao invés de um dígito: “C”, inicial de Crawler, que significa rastejar em inglês.
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Subindo parede
Esta solução mecânica substitui a necessidade de uma caixa de redução para vencer rampas extremamente íngremes. Como se fosse uma primeira marcha super-reduzida para “subir parede”.
No caso do Bronco, quase sobe mesmo, pois sua relação é de 6,588:1, enquanto a primeira (que já é bem curta) fica em 4,283:1. Ou seja, 53% mais reduzida e engatada juntamente com a tração nas quatro rodas.
A marcha “C” resulta num torque tão violento nas rodas que, engatada, atinge velocidade máxima de apenas 11,2 km/h (7 mph) e permite que o Bronco rode a apenas 1,6 km/h (1 mph) sem que o motorista tenha que acionar a embreagem, evitando seu desgaste em trechos mais radicais.
Por que o Ford Bronco e não o Troller? Veja o vídeo e entenda
Burlando a lei
Curiosamente, esta solução foi adotada no Brasil pela Agrale em seu jipe Marruá, que tinha uma primeira marcha chamada de “Primeira Trator”, também super reduzida e para evitar a caixa de redução.
No caso do Marruá, sua Crawler, além dos fins operacionais, servia também para burlar a legislação brasileira que exige (até hoje) a caixa de redução (“reduzida”) para se classificar um veículo como jipe e ter direito ao motor diesel. A Agrale convenceu o Contran que esta “superprimeira” substituía a reduzida e o Marruá foi homologado para o combustível.
Aliás, depois da Agrale, várias outras empresas “convenceram” o órgão de trânsito a terem seus automóveis homologados para o diesel apesar de não contarem com a caixa de redução.
A primeira da fila foi a Mercedes-Benz, que obteve permissão para importar o utilitário esportivo ML 320: a empresa acionou seu lobby em Brasilia para convencer o Contran que os recursos eletrônicos eram uma solução mais moderna para tracionar o veículo no off-road.
Depois do caminho aberto pela Mercedes, outras marcas conseguiram burlar a legislação e até hoje fabricam e importam SUVs com motor diesel sem a caixa de redução.
Exatamente na contramão da legislação que proibia este combustível em veículos de passeio exatamente pela redução de impostos para baratear o transporte de carga e passageiros (caminhões e ônibus) e algumas exceções para veículos agrícolas e picapes.
O post Solução mecânica do Ford Bronco é a mesma do Agrale Marruá apareceu primeiro em AutoPapo.
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