O mercado brasileiro de automóveis costuma dar uma boa esticada em alguns modelos. Já foi pior. Quem não se lembra nos anos 1990 e 2000, quando alguns compactos duravam quase 20 anos sobre a mesma plataforma? Em alguns casos, ainda conviviam uma geração mais moderna de seu projeto…
Verdade que isso melhorou e deixou de ser regra no país. Mas ainda há casos de carros que perduram muito tempo e se valem do baixo custo para vender e se manter. Ao mesmo tempo, tem aqueles modelos que são lançados, contudo dois anos depois já ficaram defasados, principalmente devido a concorrentes mais modernos. Veja alguns exemplos de carros obsoletos.
Volkswagen Fox
Talvez o caso mais emblemático de um projeto que resiste ao tempo. O hatch foi lançado em 2003 como uma alternativa da Volkswagen para justificar o investimento em cima da moderna plataforma do Polo, que estreou mais de um ano antes. Para diluir custos, o Fox é feito em cima da arquitetura simplificada do (então) irmão mais moderno.
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Aquele Polo ficou para trás, mas o Fox continua firme e forte. Duas reestilizações, mudanças de motores e séries especiais depois (teve Rock in Rio e Seleção), o hatch se mantém com apenas duas versões de acabamento, sempre com o 1.6 16V MSI e preços de R$ 54.890 e R$ 60.490.
Chevrolet Montana
Esse é um dos casos mais inusitados de “involução” de um carro. Em 2003, a picape foi lançada com desenho bastante moderno e ótima dirigibilidade, fruto da boa plataforma do Corsa de segunda geração que tinha estreado um ano antes. Em 2010, alguém na GM teve a ideia de fazer uma Montana baseada… no Agile. Além do desenho controverso, o veículo tinha como plataforma o Corsa… de primeira geração, de 1994!
Pois é, mesmo perante pesos-pesados como Strada e Saveiro, a Montana continua na prateleira da Chevrolet com apenas uma opção de cabine simples. São duas as configurações de acabamento, que custam R$ 60.990 e R$ 73.090, sempre com o manjado motor 1.4 8V.
Boris fala sobre alguns desses modelos. Ouça!
Fiat Doblò
Outro exemplo de carro que vai virar duas décadas daqui a pouco. O Doblò surgiu no Brasil em 2001 como uma solução de multivan com espaço interno absurdo de tão generoso e opção de sete lugares. Vale lembrar que o mini furgão é fruto da arquitetura do primeiro Palio, lá de 1996.
Em 2009, a marca italiana fez uma remodelação no Doblò, com um detalhe: na mesma semana o fabricante apresentava, na Europa, a segunda geração do carro, bem mais moderna. A “nossa” multivan continua à venda, especialmente para frotistas, com motor 1.8 e preço surreal de R$ 99.990 – ainda tem uma configuração já transformada em ambulância.
Nissan Versa V-Drive
O carro chegou ao mercado brasileiro em 2011 importado do México e fez sucesso com a lógica de sedã com preço de compacto e espaço de médio. Em 2014, passou a ser produzido no Brasil e ganhou face-lift. O problema é que o Versa ficou defasado rapidamente, pois logo surgiram rivais com desenho mais moderno e promessa de mais espaço.
Agora, o carro recebeu mais um atestado de que está com hora extra no mercado. A Nissan reposicionou o automóvel no mercado e mudou seu nome para V-Drive (padrão global) com preços a partir de R$ 57.990, pois uma nova geração do Versa, bem mais avançada, chegará do México em novembro.
Citroën C3 Aircross
Em 2007 a Citroën começou a trabalhar em um projeto que se chamava vulgarmente “Picassinho”. Tratava-se de uma minivan compacta baseada no C3, de 2002, que queria pegar embalo na tradição bem-sucedida da marca com monovolumes. O carro chegou em 2010, primeiro na versão Aircross, que tentava uma carona no sucesso do Ford EcoSport.
O problema é que o mercado já apontava para SUVs e o Aircross tinha mais jeitão de minivan do que de jipinho urbano. Em 2011, ainda surgiu o C3 Picasso, a versão civil da linha, que durou até 2015, quando a linha passou por um facelift e só restou a configuração aventureira mesmo. Esta continua à venda em quatro variantes por preços de R$ 61.590 a R$ 79.990.
Volkswagen Gol/Voyage/Saveiro
Sabe aquela plataforma simplificada do início do século que o Fox usa até hoje? Pois é, ela ainda serve à família compacta da Volkswagen. E serviu de base para a terceira geração de fato do Gol, lançada em 2008 e que se manteve como carro mais vendido do país até 2014. Essa arquitetura ainda serviu para a Volks ressuscitar o Voyage e renovar a Saveiro.
O problema é que a concepção do projeto já nasceu defasada, pois vários compactos, especialmente sedãs, já apareciam no Brasil com oferta de muito mais espaço interno. Mesmo assim, Gol e Voyage se mantêm no mercada à base de vendas diretas e três versões, enquanto a picape pena para vender quase metade do que a Strada emplaca.
Hyundai ix35
Em 2010 a Hyundai já era um case de marketing com o intenso investimento em publicidade e o jargão de “alguma coisa melhor do mundo”. E para aproveitar a boa fase do Tucson, que vendia horrores, o Grupo Caoa começou a importar, da Coreia do Sul, o ix35, o sucessor natural do SUV médio.
Três anos depois o modelo passou a ser produzido no Brasil ao lado do mesmo e velho Tucson, e continua em linha até hoje, mesmo tendo a companhia, na fábrica de Anápolis (GO), do seu sucessor… o New Tucson! Nesses 10 anos, o ix35 ganhou apenas um face-lift e teve a potência do motor flex reduzida de 178/169 cv para 167/157 cv para se adequar às normas de emissões.
Mitsubishi ASX
Outro dia a Mitsubishi lembrou de fazer alguma coisa com esse carro e o transformou em Outlander Sport. Mas o ASX “raiz”, lançado em 2010, continua à venda em versão única por R$ 112.990. Um detalhe é que essa plataforma do modelo data de 2005.
O ASX começou a ser produzido no Brasil em 2013 e continua até hoje, mesmo com a chegada de outros SUVs e crossovers mais modernos na concorrência – e dentro da própria linha Mitsubishi.
Fiat Uno
Já se passaram 10 anos desde que o Uno virou quadrado. O compacto da Fiat ficou realmente mais moderninho, deu uma rejuvenescida da gama, mas foi outro que ficou defasado cedo devido à concorrência.
A questão é que ele é fundamental para a estratégia da empresa na base do mercado. O Uno é vendido em quatro versões, com preços competitivos entre R$ 46.590 e R$ 56.740, e até ganhou o moderno motor 1.0 Firefly três canecos. Ainda deu crias, como o novo Fiorino e serviu de base para o subcompacto Mobi, lançado em 2016.
Chevrolet Joy e Joy Plus
Justiça seja feita, a General Motors, com algumas exceções dentro da linha, é uma das marcas que tenta mais se renovar. Prova disso é que o Onix, com menos de oito anos, ganhou nova geração – em setembro de 2019. O problema é que o hatch e o Prisma antigos continuam em linha sob a alcunha Joy e Joy Plus.
Tudo bem que eles nem são tão velhos, são de 2012, mas usam os cansados motores 1.0 quatro cilindros. Além disso, ao lado das segundas gerações, ficaram bastante datados e são bem mais apertados na cabine. Para completar, nem são tão baratos assim, com preços de R$ 55.990 (hatch) e R$ 60.190 (sedã).
Fotos: Divulgação
O post 13 carros obsoletos que ainda estão à venda no Brasil apareceu primeiro em AutoPapo.
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