domingo, 29 de dezembro de 2019

Lançamentos abortados: 8 carros que ficaram só na promessa

A Kia confirmou, enfim, a venda do Rio para janeiro de 2020. O hatch compacto pode ser considerado o modelo mais prometido para o país – desde 2010 a marca sul-coreana fala que ia lançá-lo (isso ainda da geração anterior). Mas casos de carros cujos lançamentos foram prometidos, porém nunca vieram, não são exclusivos do fabricante.

Compactos, versões esportivas e sedãs de diferentes empresas já flertaram com o mercado brasileiro: alguns chegaram a ser anunciados e tiveram direito à apresentação para a imprensa. Veja oito modelos que nunca vieram:

Carros que tiveram os lançamentos abortados no Brasil:

1. Chevrolet Malibu

chevrolet malibu 1

O sedã médio-grande da GM esteve por aqui entre 2010 e 2012 em sua sétima encarnação. No Salão de Detroit de 2013, o fabricante americano assegurou o lançamento da geração 8 para o Brasil e até promoveu uma avaliação do três-volumes na cidade ianque.

A ideia era que o renovado Malibu tivesse mais condições de brigar com o Ford Fusion, que vendia muito bem à época e tinha preço competitivo por vir do México. Mas o modelo nunca veio e a culpa caiu no dólar, que disparou no primeiro semestre daquele ano.

2. Citroën C2

citroen c2 vtr 1

Em 2003, o então presidente da Citroën no Brasil, Sergio Habib (hoje, CEO da JAC Motors), confirmou a importação do C2 em uma versão esportiva. Seria o modelo VTR, com motor 1.6 de 110 cv de potência, para ser trabalhado como um compacto de nicho abaixo do antigo C3 – cuja produção tinha começado meses antes, em Porto Real (RJ).

Depois de fazer as contas, porém, a marca francesa desistiu do projeto. Isso porque o C2 sairia mais caro que o irmão maior.

3. Renault Mégane R.S.

renault megane rs

Outro exemplo em que a marca chegou a fazer evento de apresentação do carro para a imprensa. Só que, no caso da versão esportiva do Mégane, o test drive foi no Brasil em uma pista de aeroporto no interior de São Paulo – principalmente para mostrar o poder de aceleração do motor 2.0 turbo com 265 cv de potência.

Mesmo com a reação positiva dos profissionais do setor, o Mégane R.S. nunca foi vendido no país – devido principalmente ao preço elevado que teria aqui. Coube ao Sandero, anos depois, fazer as honras do sobrenome R.S. com uma variante esportiva mais acessível.

4. Hyundai Veloster Turbo

hyundai veloster turbo 1

A versão aspirada do hatch de três portas ficou com a reputação manchada depois de diferenças entre os modelos anunciados e os vendidos no país – que envolviam até potência do motor. Para tentar apagar a má impressão, a Caoa – importadora oficial da marca sul-coreana – expôs a variante turbinada de 204 cv do Veloster no Salão de São Paulo 2014 e anunciou sua vinda.

Ficou na promessa. Apenas duas unidades foram trazidas para homologação. O câmbio desfavorável fez a empresa desistir de sua comercialização.

5. Peugeot 301

peugeot 301

A marca francesa diz que nunca falou sobre trazer esse carro no país, mas esqueceu de combinar com Gilles Le Borgne, diretor mundial de desenvolvimento da PSA Peugeot-Citroën. Em 2013, o executivo afirmou em alto e bom som que a holding estava “trabalhando para adaptar o modelo ao mercado brasileiro”. O 301 nunca veio nem foi produzido em Porto Real (RJ) – usava a mesma arquitetura do novo 208.

Uma pena: o sedã podia ter dado ânimo às vendas do fabricante já na época, pois trazia espaço interno semelhante ao de carros como Renault Logan, Chevrolet Cobalt e Nissan Versa (cujos lançamentos já tinham ocorrido), só que com design bem mais sofisticado e acabamento interno caprichado.

6. Dodge Trazo

dodge trazo

O ano era 2009 e a Chrysler ainda se via às voltas com o pedido de falência após o tsunami financeiro do ano anterior. Mesmo assim, a filial brasileira da empresa garantiu o lançamento do sedã. Importado do México, o Trazo era a versão Dodge do Nissan Tiida Sedan – este sim, vendido no Brasil. Viria, inclusive, com o mesmo motor 1.8 16V.

Mas não deu sequer o ar da graça, principalmente devido à conturbada situação do grupo americano, que acabou sendo comprado – e salvo – pela Fiat anos depois.

7. Infiniti Q50

infiniti q50

No início de 2013, o gerente de marketing da Infiniti, Tom Scarpello, disse que a divisão de luxo da Nissan programava a vinda oficial para o Brasil. E tudo levava a crer que ela começaria pelo Q50 – o sedã chegou a ser flagrado em testes por aqui. Quem esperou, mofou na cadeira. Nem o Q50, nem a marca deram as caras por aqui até hoje.

Na época, a “sobretaxação” dos importados que não vinham do México ou da Argentina fez os planos da empresa para o nosso mercado serem adiados – ou cancelados.

8. Fiat Bravo

fiat brava geração 1 nomes carros
Enquanto o primeiro Bravo, derivado do mesmo projeto, tinha apenas duas portas

Calma, o Bravo foi feito no Brasil sim, no início dos anos 2010. Mas em 1999 ele era a configuração duas portas da geração anterior do hatch médio. Na época, a Fiat começou a produzir o Brava (quatro portas) em Betim (MG) e prometeu vender o Bravo importado. Estavam confirmados os lançamentos das versões básica SX e esportiva HGT, mas os carros nunca vieram.

Mais uma vez sobrou para o dólar, que inviabilizou a comercialização. O modelo seria produzido em Minas Gerais 10 anos depois, já sob nova geração e apenas com quatro portas.

Fotos: Divulgação

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