quinta-feira, 21 de maio de 2020

Volkswagen admite propaganda racista e se desculpa por escândalo

A Volkswagen retirou da sua conta oficial no Instagram um comercial que a montadora admitiu ser racista e ofensivo. Além disso, a montadora alemã informou que irá investigar quem é o responsável pelo ocorrido.

No pequeno vídeo, uma mão branca afasta, de forma agressiva, um homem negro que se aproximava de uma unidade amarela da nova geração do Golf.

Reportagens na Alemanha ainda destacaram que a mão ainda faz um movimento que é usado como símbolo de supremacistas brancos enquanto as letras que aparecem no comercial formam uma palavra alemã ofensiva aos negros.

Veja a postagem feita na rede social, capturada antes que fosse excluída

Ao formar a frase Der Neue Golf (O novo Golf), há um breve destaque para as letras neger (negro em alemão, utilizado de forma pejorativa). Será uma “coincidência”?

vw comercial racista

Pedido de desculpas

O executivo Jürgen Stackmann, responsável pelas vendas e marketing de carros da marca Volkswagen, e Elke Heitmueller, chefe de gestão de diversidade da marca, se desculparam no Twitter e no Linkedin.

“Nós entendemos o ultraje do público em relação a isso, pois também ficamos horrorizados. Esse vídeo é um insulto a todas as conquistas dos movimentos de direitos civis. E é um insulto a todas as pessoas decentes”, eles declararam em nota.

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“Nós da Volkswagen estamos cientes das nossas origens históricas e a culpa da nossa companhia durante o regime nazista. É precisamente por isso que nos opomos resolutamente a todas as formas de ódio, propagandas caluniosas e discriminação”, completaram.

A Volkswagen foi criada sob ordens de Adolf Hitler para construir o “carro do povo”. Durante o esforço de guerra nazista, a empresa usou o trabalho forçado.

Outros escândalos

No ano passado, a Volkswagen teve que pedir desculpas depois que o CEO do Grupo, Herbert Diess, disse, em alemão,  “Ebit macht frei,” (em tradução livre, “Ebit te liberta”), em um evento interno da companhia. Ebit é sigla em ingês para Earnings Before Interest and Taxes (em português, “lucro antes dos juros e tributos”).

A frase soou similar a “Arbeit macht frei”, estampada nos portões de campos de concentração nazista, como Auschwitz, e que é traduzida como “o trabalho te liberta”.

Já em 2015, a Volkswagen se envolveu em um dos maiores escândalos da indústria automotiva mundial por ter falsificado testes de emissões de produtos tóxicos em 11 milhões de carros, o que ficou conhecido como Dieselgate.

A fraude também atingiu o Brasil, onde a Volkswagen segue lutando, na justiça, para não pagar multas aplicadas por autoridades. Somadas as penalidades, a empresa deveria pagar R$ 1 bilhão ao país, incluindo indenização a 17 mil proprietários da picape Amarok.

No mundo, em 2020, a empresa já pagou mais de 30 bilhões de euros em penalidades por enganar consumidores e autoridades governamentais.

logo da Volkswagen

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