domingo, 3 de maio de 2020

Carros japoneses que fracassaram no Brasil: listamos 7 modelos

Graças, principalmente, à fama de robustez, carros japoneses são sinônimo de sucesso no mercado, certo? Bem, nem sempre… Embora muitos modelos nipônicos tenham realmente alcançado grande aceitação, existem também exemplos de fracasso.

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Alguns podem dizer que esses casos são exceções que confirmam a regra, e talvez até seja verdade. De qualquer modo, o fato é que os insucessos existiram, e em número suficiente para formar um listão! Esse é justamente o tema de hoje: 7 carros japoneses que fracassaram comercialmente no Brasil. Relembre todos eles!

Listão: 7 carros japoneses que fracassaram no Brasil

1. Nissan Xterra

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Inspirado em uma caixa de ferramentas, design do Nissan XTerra parece não ter agradado ao consumidor brasileiro

É verdade que, em função do porte e do preço elevado, o Xterra não poderia ter um volume de vendas extremamente elevado. Mas a Nissan acreditou que o SUV teria aceitação suficiente para encarar Toyota Hilux SW4, Mitsubishi Pajero e Chevrolet Blazer. Tanto que investiu na nacionalização do modelo, no complexo industrial Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR).

Não que faltassem atributos técnicos ao Xterra, mas o mercado não o recebeu bem. Talvez tenha sido porque os concorrentes já estivessem estabelecidos, ou porque o design, inspirado em uma caixa de ferramentas, fosse ousado demais.

A meta da Nissan era emplacar 2.400 unidades por ano, mas entre 2003 e 2008, apenas 8.143 unidades foram comercializadas. Por esse motivo, o SUV está entre os carros japoneses fracassados no Brasil.

2. Mitsubishi Galant

carros japoneses: mitsubishi galant sedan prata de frente
Ao contrário dos rivais Honda Accord e Toyota Camry, o Mitsubishi Galant durou pouco no Brasil

O ano era 1998: a Mitsubishi lançava a oitava geração do Galant no Brasil, afirmando que pretendia concorrer com Audi A4 e BMW Série 3. Pretensões à parte, é preciso admitir que o sedã impressionava para a época, com design imponente e até opção de motor V6 2.5 de 163 cv. Nada disso foi capaz, entretanto, de atrair a clientela dos rivais alemães.

Em defesa do Galant, pode-se dizer que sedãs grandes de outros fabricantes asiáticos também tiveram vendas discretas no Brasil. Sim, mas não se pode esquecer que Honda Accord e Toyota Camry conseguiram fidelizar uma clientela, ainda que pequena. Tanto que ambos têm lotes importados para o Brasil de tempos em tempos.

Por sua vez, o Galant teve carreira curta por aqui: as importações oficiais cessaram em 2003. A Souza Ramos, representante da Mitsubishi no país, sequer trouxe a geração seguinte, apresentada mundialmente naquele mesmo ano.

3. Toyota Corolla

toyota corolla 1997
A grade dianteira deste Toyota Corolla foi associada a um ralador de queijo

Sim, temos um Toyota Corolla na lista! Porém, que fique claro: a menção refere-se unicamente à safra importada entre 1997 e 1998. Trata-se da linhagem mais controvertida do modelo, devido ao visual exótico, com grade dianteira e faróis ovalados. Devido ao aspecto, a tomada de ar logo foi comparada pelos brasileiros a um ralador de queijo.

Foi com esse design que a oitava geração do sedã desembarcou no Brasil. A Toyota aplica no Corolla elementos de design próprios para cada região onde ele é comercializado. Tal estratégia, inclusive, é utilizada até hoje. O mercado europeu recebia um estilo mais arredondado e original. Alguém na cúpula da empresa achou que essa identidade agradaria ao público brasileiro… E errou feio!

Ao se ver com um produto ridicularizado e com vendas pífias, a Toyota agiu rapidamente. No ato da nacionalização do Corolla, em 1998, o fabricante aproveitou para aplicar-lhe uma reestilização precoce. A dianteira ganhou, então, um aspecto sóbrio, igual à adotada no país de origem. Contudo, a permanência breve no mercado não livrou essa linhagem do sedã de figurar entre os carros japoneses fracassados.

4. Subaru Alcyone SVX

carros japoneses: subaru alcyone svx coupe frente
Criadas por Giorgetto Giugiaro, as linhas do Subaru SVX eram muito futuristas nos anos 90

Há de se convir que, no Brasil, a Subaru é marca de nicho. Ainda assim, cativou um grupo de consumidores. Pequeno, mas entusiasta, esse público não abre mão da boa dirigibilidade proporcionada pela tração integral e pelos motores do tipo boxer.

Existe, porém, um rejeitado entre os carros japoneses da marca: o Alcyone, que por aqui foi chamado apenas de SVX. Em 1992, foi importado o primeiro lote com 60 unidades do modelo, e não houve notícias de que outra remessa oficial tenha desembarcado no país.

Ao contrário do que aconteceu com outros esportivos nipônicos daquele período, o SVX passou praticamente despercebido pelos consumidores. Apesar do design assinado por Giorgetto Giugiaro, do motor 3.3 V6 de 230 cv e da tração integral, no mundo todo o cupê teve vendas bem abaixo das expectativas. Ironicamente, devido à raridade, ele já foi alçado ao patamar de colecionável.

5. Suzuki Wagon R+

carros japoneses: suzuki wagon r
Wagon R+ é, provavelmente, o produto mais obscuro importado pela Suzuki

Você nunca viu um Wagon R+ pessoalmente? Nem mesmo havia ouvido falar dele? Então, já deve ter entendido o motivo pelo qual ele está na lista de carros japoneses rejeitados. Meio hatch, meio monovolume, com porte compacto e motor 1.0, o carrinho teve uma passagem meteórica pelo país.

O Wagon R+ começou a ser vendido no Brasil em 1999. Para o azar da Suzuki, aquele ano foi particularmente difícil para os importados, devido a uma desvalorização histórica do Real.  Veículos estrangeiros com proposta mais popular foram particularmente afetados.

Para completar, o Wagon R+ passou longe de ser cobiçado pelo consumidor. O culpado, claro, é o design com linhas retas. Utilitária, essa solução permite ótimo aproveitamento de espaço, mas passa longe de ser encantadora. No Brasil, o modelo não chegou sequer à vidada do século.

6. Linha de carros japoneses da Mazda

mazda 626 sedan frente
Entre os modelos da Mazda trazidos para o Brasil durante os anos 90 está o luxuoso 626

Pode escolher qualquer carro da Mazda que tenha sido comercializado no mercado brasileiro e colocá-lo no sexto lugar do listão. Independentemente do modelo, ele está ligado a um estigma de fracasso por aqui. Afinal, esses produtos são testemunhas do encerramento das atividades locais da marca.

Que fique claro: os carros da Mazda têm renome internacional e impressionaram bastante quando desembarcaram por aqui, no início da década de 90. Os esportivos, em especial, como o RX7 e seu espantoso motor Wankel, o carismático MX5 e até o acessível MX3 logo tornaram-se sonhos de consumo da época.

O caso é que a Mazda não conseguiu se firmar por aqui. No máximo, obteve alguns resultados mornos com os sedãs 626 e Protegé. A saga iniciada em 1990 chegou a um fim precoce em 1999, quando a Mesbla, importadora da marca, declarou falência, deixando os proprietários sem peças e assistência. Desde então, o fabricante não demonstrou interesse em voltar ao país, seja por conta própria ou via representante.

7. Linha de carros japoneses da Daihatsu

carros japoneses: daihatsu feroza vermelho frente
Daihatsu Feroza conquistou alguns adeptos do off-road; jipinho foi substituído pelo Terios, que também chegou ao país

No Brasil, muita gente sequer conhece a Daihatsu. Entre os que a reconhecem, há quem pense tratar-se de um fabricante sul-coreano. Ledo engano: legitimamente nipônica, a fabricante é sediada em Osaka. Mas a nacionalidade não foi capaz de fazer com que os consumidores brasileiros se empolgassem com ela.

Assim como a Mazda, também a Daihatsu fracassou no mercado brasileiro e abandonou o país. Por aqui, entre 1994 e 1999, foram vendidos compactos Cuore e Charade, o sedã Applause e os jipinhos Feroza e Terios. Os dois últimos, vale citar, conseguiram admiradores graças ao sistema de tração 4×4.

No mesmo ano em que saiu do Brasil, a Daihatsu passou a ser controlada pela Toyota, que adquiriu 51% de suas ações. Como as duas marcas atuam em segmentos diferentes – a primeira é especializada em carros subcompactos, chamados pelos japoneses de Kei, enquanto a segunda é generalista – executivos do grupo já declararam pensar em vender ambas por aqui, embora nada indique que esse plano esteja sendo colocado em prática.

Fotos: Divulgação

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