Além de sir Sean Connery, no papel de James Bond, 007 Contra Goldfinger, filme de 1964, contou com a atuação irrepreensível de outro inglês emblemático: o Aston Martin DB5. O carro do agente secreto se transformou em objeto de desejo de fãs de automóveis e colecionadores no mundo todo.
Mais de 50 anos após o lançamento da produção para as telonas, a fabricante britânica acaba de concluir a montagem da primeira de 25 unidades da série limitada. As réplicas do modelo tem preço sugerido de £ 2,7 milhões (uns R$ 18,2 milhões, na conversão direta).
A ideia de criar a série de réplicas, que são fiéis ao modelo original de 1964, havia sido anunciada há dois anos. A empreitada conta com a participação da Eon Productions. Ela é a produtora dos filmes da franquia, e também a batuta de Chris Corbould. Ele é especialista em efeitos especiais e ficou conhecido por seu trabalho em grandes blockbusters. Ele é responsável pelas cenas de ação de 11 filmes de James Bond desde o início dos anos 1980.
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Montagem artesanal
Todos os carros da série DB5 Goldfinger serão feitos de forma artesanal, utilizando as mesmas técnicas da época em que o cupê foi lançado. Segundo informações da Aston Martin, a montagem de cada unidade corresponde a 4.500 horas de trabalho. As réplicas estão sendo feitas pela divisão de veículos históricos da companhia. Ela fica localizada em Newport Pagnell, a 76 km de Londres.
Os DB5 têm chassi feito de aço e carroceria de alumínio. O motor é seis-cilindros em linha de 4 litros alimentado por três carburadores e gera 290 cv de potência. O câmbio manual tem cinco velocidades, a tração é traseira e há diferencial com deslizamento limitado e acionamento mecânico.
A participação da Eon e de Corbould no projeto está ligada aos “equipamentos” instalados no carro. Há sistema que libera uma cortina de fumaça na traseira, spray (simulado) de óleo na pista, placas giratórias (triplas) na frente e atrás, canos de metralhadoras (falsos) sob os faróis, escudo traseiro retrátil contra balas e painel removível do teto do lado passageiro.
Na cabine, o carro traz um monitor com mapa e rastreador por radar (falso), telefone no porta-luvas, nichos para guardar armas e painel de acionamento dos dispositivos de ataque e defesa, entre outros.
História: DB5 original
O DB5 original teve menos de 900 unidades produzidas entre 1963 e 1965. Não há informações sobre quantos desses carros ainda estão em circulação no mundo. Isso explica, em parte, seu alto valor de mercado.
Em agosto do ano passado, um DB5 de 1965, que foi criado para promover o filme Thunderball ( 007 Contra a Chantagem Atômica, no Brasil), foi leiloado por US$ 6,4 milhões (cerca de R$ 34,5 milhões em valores atuais), nos Estados Unidos.
Para o colecionador e ex-presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigo, Roberto Suga, esse tipo iniciativa não interfere no valor dos carros originais. “Essas recriações são uma oportunidade para quem deseja comprar um carro antigo raro ou que não tenha unidades à venda no mercado.” Suga, contudo, diz que prefere os modelos originais. “Isso, é claro, considerando que dinheiro não seja um problema.”
Reedição não é novidade
A Aston Martin não é a primeira marca a reeditar um carro clássico. Em 2016, a também britânica Jaguar fez nove unidades do XKSS, de 1957. O preço sugerido era de ¤ 1,1 milhão (pouco mais de R$ 6,7 milhões hoje).
A Mercedes-Benz também fez duas reedições do MotorWagen, modelo construído por Karl Benz em 1886 e considerado o primeiro carro do mundo. As réplicas, produzidas em 1980 e 2002, eram destinadas a colecionadores e museus.
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