Há pouco mais de dois anos, o EcoSport chegou renovado às lojas. Trocou o câmbio automatizado Powershift – que era uma caixa de problemas – por uma transmissão automática convencional. Ganhou dois novos motores (1.5 de três cilindros e 2.0 de quatro cilindros de injeção direta do Focus). E um interior totalmente mudado. Havia, no entanto, um problema: visual. Não que o carro fosse feio. Mas um dos fatores mais importantes na decisão de compra havia permanecido quase intocado. Valeu a pena? A julgar pelas vendas, não.
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A partir de 2015, com a chegada de concorrentes de peso, como Jeep Renegade e Honda HR-V, a vida do EcoSport nunca mais foi fácil. E só se complicou posteriormente, com o lançamento de Nissan Kicks e Hyundai Creta. O balanço de setembro da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostra o SUV da Ford na quinta posição do segmento. E muito mais próximo de ser ultrapassado pelo novato Volkswagen T-Cross do que de se aproximar do Honda HR-V.
+ Ford recentemente teve redução de preços
Os números são os seguintes: no acumulado até setembro, o EcoSport soma 24.242 unidades. O Renault Captur, sexto, tem 21.264 unidades, enquanto o T-Cross, em ascensão, já tem 19.113 unidades emplacadas. Enquanto isso, o HR-V registra 35.445 unidades.
Na época do lançamento do novo modelo, no final de 2017, a Ford ainda utilizou a estratégia de manter o preço abaixo dos concorrentes. Com mecânica e interior novos, além de preço atraente, o EcoSport chegou até mesmo a bater os concorrentes em um comparativo. Mas, naquela época, já fazíamos uma ressalva: “No trânsito, o novo EcoSport passa praticamente despercebido, mesmo no tom de azul do carro. Afinal, foi bem leve a reestilização feita na dianteira (grade, faróis e para-choque) do carro baiano. O visual é muito semelhante ao do Ford lançado em 2012, incluindo o estepe na tampa traseira.”
EcoSport mudou tudo mas parece igual
O texto continuava dizendo que, na ausência de novidades visuais a apresentar, o EcoSport conquistava o cliente que se dispusesse a entrar no carro e dirigi-lo. Ou seja, para quem desse muita importância à beleza interior, e não se importasse com as aparências.
Já naquela época, porém, o jornalista chamava a atenção para os riscos no meio do caminho: “Vejo dois problemas para que o EcoSport possa reviver o sucesso de outrora. Um é o de sempre: tamanho do porta-malas. O bagageiro é limitado até para acomodar as malas da viagem familiar no fim de semana. O outro é intangível, mas igualmente importante atualmente: quem compra carro novo muitas vezes quer mostrar sua conquista aos amigos e vizinhos. O Ford não tem o que mostrar: mudou muito onde não se vê (mecânica e interior), e quase nada onde se vê (exterior).”
Posteriormente, a Ford foi elevando os preços do carro e remanejando as versões. A estratégia de remover o estepe da tampa na versão Titanium não surtiu muito efeito em termos de vendas. Além disso, atualmente o motor 2.0 equipa somente a versão topo de linha, Storm, com tração 4×4. Todas as demais vêm com o 1.5 aspirado de três cilindros.
Territory vem aí
A Ford deverá manter o EcoSport como está para investir no Territory, SUV desenvolvido na China, e que foi mostrado no Salão do Automóvel do ano passado. A empresa não dá muitos detalhes sobre o modelo, mas ele deverá ser lançado no Brasil no segundo semestre do ano que vem. O Territory virá inicialmente da China, para concorrer na faixa do Jeep Compass, portanto um degrau acima do EcoSport. Existe a possibilidade de que ele seja montado na Argentina.
https://jornaldocarro.estadao.com.br/carros/ecosport-valeu-pena-mudar-parte-mecanica-e-nao-o-visual-do-carro/ visto pela primeira vez em https://jornaldocarro.estadao.com.br
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