sábado, 20 de junho de 2020

Picaretagens das oficinas: os 10 mandamentos da ‘AMEPI’

A maioria dos mecânicos é correta, atualizada e atende com eficiência. Mas, existem os que decidem trilhar o caminho da pi-ca-re-ta-gem e seguem cartilha própria, como se existisse uma “Associação dos Mecânicos Picaretas” (AMEPI) ditando suas (questionáveis) regras…

 I – Limparás inutilmente componentes da injeção de combustível alegando estarem sujos, mas que estão limpos. Bicos injetores, corpo da borboleta (TBI) e outros podem mesmo se sujar, principalmente com o combustível adulterado. Mas, se o motor estiver normal, sem tossir, engasgar, vacilar na marcha lenta, ou problemas no desempenho e consumo, não passa de “empurroterapia”. Outra inacreditável cara de pau dos picaretas é “limpar” o tanque de combustível.

II – Trocarás desnecessariamente a bateria só por ter se acendido a luz de alerta. O mecânico honesto logo descobre algum problema no sistema elétrico, coisa simples como a correia do alternador partida, por exemplo. O desonesto já vai logo trocando a bateria. “Que está – diz ele – nas últimas e já não presta. Por isso – completa do alto de sua sabedoria – acendeu-se a luzinha…”.

III – Jogarás a válvula termostática no lixo, alegando ser necessária nos gelados países europeus, mas jamais num de clima tropical como o nosso. E ainda cobra algum. O bom mecânico sabe que ela é fundamental para manter a temperatura ideal de funcionamento do motor.

IV – Substituirás o rolamento (tensor) da correia dentada juntamente com a própria, alegando que já “eram”… Porém o manual só especifica quilometragem máxima para a correia, não para o rolamento. Mas tem fabricante de autopeças mau caráter (como a Gates) que embala os dois juntos, para avalizar o mecânico picareta. Perguntinha inocente: se rolamento não aguenta – como ele diz – mais que 60 mil ou 80 mil km, como explicar que algumas correias (da Ford, por exemplo) duram até 250 mil km, sem necessidade de se trocar os rolamentos antes desse prazo?

V – Lubrificarás a suspensão apesar desta operação ter sido abolida há dezenas de anos. Aproveita e inclui portas, maçanetas e outras peças para engordar a nota do cliente.

VI – Venderás amortecedores recondicionados alegando serem tão bons quando os novos, mesmo sabendo que não o são, pois seu reparo não é viável. O custo para que volte a funcionar perfeitamente seria superior ao de um novo e, portanto, não vale a pena. Mas os desonestos dão “um jeitinho”: trocam o óleo, aplicam uma pinturinha externa para melhorar a aparência e coloca a vida do cliente em risco. Sim, a remanufatura é possível tecnicamente mas, pelo custo elevado, só vale a pena quando não se encontra mais o original no mercado. De um modelo especial, importado ou fora de linha.

VII – Turbinarás o motor do cliente sob promessa de maior desempenho do carro. Não tem dúvida de que cumpre o anunciado: a turbina vai efetivamente dotar o carro de mais  uns cavalinhos. Porém oficinas criteriosas sabem que o motor não foi projetado para essa potência extra e que sua durabilidade será reduzida. O argumento preferido dos mecânicos irresponsáveis é de que ela não prejudica, tanto que a própria fábrica turbina o motor. Mas aí está o xis da questão: ao ser turbinado pela própria fábrica, ela introduz no motor  uma série de reforços estruturais e novos componentes redimensionados para a nova potência.

VIII – Balancearás as rodas do carro que passou por um serviço de alinhamento de direção sob o pretexto de que “alinhou…tem que balancear”. Nada disso.  É pura “empurroterapia” pois o balanceamento só é necessário na troca dos pneus ou quando se manifesta por uma vibração do volante em determinada velocidade.

IX – Empurrarás toda a sorte de “picaretalhas” com a finalidade de aumentar seu faturamento e o dos fabricantes, às custas do saldo bancário de seus clientes. Na “empurroterapia”, vale tudo: além de serviços desnecessários, produtos questionáveis como aditivos, equipamentos, acessórios, economizadores, etc.

X – Anunciarás serviços impossíveis de serem realizados, como, por exemplo, reparo de airbag que inflou num impacto e que só tem uma solução: ser substituído.

oficina despesa manutencao cara shutterstock

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