No final da década de 1970, a picape Mitsubishi L200 era apresentava ao mundo com capacidade de carga de mais de uma tonelada. As primeiras unidades do modelo receberam o nome de Forte, apesar de alguns países já adotarem desde aquela época a sigla L200.
O lançamento aconteceu em 1978, quando a sociedade estava mudando. O game Space Invaders, se espalhava pelos fliperamas em todo o planeta e a indústria de videogames encantava milhões de pessoas – como bem mostra a série GDLK, do Netflix. A primeira rede de telefonia celular estava sendo construída no Japão, enquanto recém-lançado filme Superman lotava as salas de cinema.
Primeira geração
Assim chegava ao mercado a L200, com opções de motores de 1.6 a 2.6 litros e tração traseira, projetado para oferecer uma combinação de confiabilidade, robustez e ampla capacidade de carga.
Cinco gerações e cinco milhões
Cinco gerações e mais de quatro décadas depois, o modelo se consolidou como o mais vendido Mitsubishi em todo o mundo, com mais de 5 milhões de unidades comercializadas em mais de 180 países.
A capacidade de carregar mais de uma tonelada sempre esteve presente e, a cada geração, como é óbvio, o modelo ganhava mais robustez, segurança, tecnologia e capacidade para trafegar com desenvoltura em todos os tipos de terreno.
A chegada do 4×4
As primeiras opções com tração 4×4 foram introduzidas em 1980 e se tornaram a base para os veículos 4WD até os dias de hoje. Por essa mesma base surgiram as linhas Pajero, por exemplo.
Segunda geração
Em março de 1986 a Mitsubishi Motors apresentava a segunda geração da L200, que trazia design renovado, três opções de cabines (simples, dupla e estendida) e novas opções de motores, incluindo o 2.5 à diesel.
Ao longo da década o modelo, rebatizado de Triton em alguns mercados, foi se tornando fundamental para os negócios da marca em todo o mundo.
Também batizada em alguns países de Strada (não a que você está pensando), a picape tinha opções de tração traseira ou 4×4 e se deu bem nos mercados norte americano e australiano, onde eram vendidas com o nome de Mighty Max e Triton, respectivamente.
Ao todo, cerca de 1,15 milhão de unidades da segunda geração da L200 saíram das linhas de montagem das fábricas de Ohe, no Japão, de Laem Chabang, na Tailândia e de Catalão, no Brasil.
Terceira geração
A terceira geração chegava em novembro de 1995 com mudanças profundas no design tanto por dentro quanto por fora. Nessa época, a ideia da Mitsubishi era produzir uma picape que unia o conforto e tecnologia de um veículo de passeio com a capacidade e robustez da linha L200.
O motor passou a ser um 2.5 turbodiesel e para o sistema de tração foi adotado o Easy Select 4WD, que permitiu ao motorista escolher o modo de tração mais adequado para o piso em que o modelo trafega, com o veículo em movimento.
Algumas versões receberam sistema de freios ABS, além do sistema R/D Lock (bloqueio do diferencial traseiro), que evitava que a roda com menos tração patine enquanto a de maior tração permaneça imóvel.
No Brasil, esta geração batizada de L200 Sport foi a 1ª picape diesel brasileira equipada com câmbio automático.
Quarta geração
A quarta geração foi apresentada em agosto de 2005 e era produzida principalmente na fábrica da Mitsubishi na Tailândia, de onde os modelos eram exportados para mais de 150 países.
Poucos meses depois, o modelo passaria a ser fabricada no Brasil com o nome de L200 Triton. O veículo foi produzido com base em três pilares-chave:
- Exceder os padrões básicos de economia, durabilidade e confiabilidade;
- Oferecer os mais altos padrões de qualidade em escala global;
- Atender aos mais variados perfis de clientes, sendo um veículo que não se limitava apenas ao uso comercial.
Este conceito foi batizado dentro da Mitsubishi como SUT (Sport Utility Truck), uma mistura de SUV com um veículo de carga.
“J´line” de conforto
Esta geração introduziu o conceito “J´line” na carroceria, que propiciou maior inclinação do encosto do banco traseiro, aumentando o conforto dos passageiros, sem prejudicar o tamanho da caçamba.
Entre as principais características da quarta geração da linha L200 estavam a introdução de um design interno e externo totalmente atualizado, mais espaço interno e conjunto de suspensão novo para aumentar o conforto.
Novo motor
Um motor a diesel 3.2 litros desenvolvido com tecnologia de injeção direta common rail desenvolvia alta potência enquanto alcançava baixo consumo de combustível além de baixos níveis de emissões, vibração e de ruído.
A carroceria foi projetada para alcançar o mais alto nível de resistência ao choque em sua classe.
12 anos e mais de 1 milhão
Ao todo, mais de 1,43 milhão de unidades da quarta geração foram produzidas entre 2005 e 2017.
Quinta geração
A quinta geração da linha L200 começou a ser produzida em 2014 e ampliou o conceito de conseguir atender aos mais variados perfis de clientes. Nas palavras da marca:
Usabilidade e durabilidade aprimoradas para uso comercial, uma sensação esportiva de que o modelo é fácil e divertido de dirigir, sua qualidade e conforto para todos os passageiros são características que foram bastante reforçadas.
Downsizing
O modelo ganhou o primeiro motor a diesel em alumínio para um veículo do segmento, além da tecnologia MIVEC, o que diminuiu os níveis de emissões e ruídos além de otimizar o consumo do motor 2.4 Turbodiesel.
Segundo a Mitsubishi, “este propulsor introduziu o conceito de ‘downsizing‘ nas picapes diesel e tem desempenho superior, maior economia de combustível e menor nível de emissões quando comparado com a geração anterior. Tudo isso sem afetar a renomada durabilidade dos motores da marca”.
Câmbio e tração
O sistema de transmissão manual de 6 velocidades também era oferecido pela primeira vez, substituindo o anterior de 5 marchas.
Já a tração recebeu o o sistema “Easy Select 4WD” que tem três posições: 2H, 4H, 4L para fornecer tração ideal para se adequar às condições da estrada, algumas versões receberam o sistema “Super Select 4WD-II”, com um atuador eletrônico. O sistema tem 4 posições, incluindo opção para uso no asfalto seco.
No Brasil
Por aqui, as primeiras unidades da L200 começaram a chegar ao longo de 1991, por meio de importações independentes e na sequência através da HPE. O sucesso da picape no País foi suficiente para, poucos anos depois, algumas unidades do modelo serem produzidas em uma unidade industrial em Manaus (AM).
A partir de 1998, a HPE Automotores inaugurou sua fábrica em Catalão (GO) para a produção da L200, de forma a atender a uma demanda crescente de pedidos pelo modelo.
A planta, que começou com 12.000 m² de área construída, hoje conta com quase 250.000 m², incluindo uma fábrica de motores, que produz inclusive os propulsores diesel de alumínio da L200, e uma instalação de pintura recém-inaugurada.
300 mil
Nos 22 anos de história, mais de 300 mil unidades da picape L200 foram produzidas em Catalão. Desde a 2ª geração, que foi a 1ª a ser fabricada no Brasil, até o momento, as picapes L200 brasileiras sempre se mantiveram atualizadas com os modelos produzidos na Tailândia. Como curiosidade, ao longo dos anos, a Tailândia tornou-se centro mundial de desenvolvimento e produção de picapes de quase todas as marcas.
As L200 produzidas no Brasil recebem modificações estéticas e mecânicas para melhor adaptação ao gosto dos brasileiros e condições de nossas estradas. Modelos exclusivos, como a L200 Savana, foram totalmente desenvolvidas localmente.
O modelo se consolidou como o mais comercializado pela marca japonesa no País: cerca de 40% do total de vendas.
L200 2021
Ainda este ano, a marca japonesa apresentará no mercado brasileiro a linha L200 Triton Sport 2021, que chega com visual completamente renovado, mais tecnologia, novo sistema de transmissão e ainda mais capacidade 4×4.
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