quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Corolla, Civic e Cruze: sedãs médios se enfrentam em versões de topo

corolla

No início do mês você, leitor do Jornal do Carro, teve a oportunidade de ver aqui o primeiro embate da nova geração do Corolla contra seus principais rivais. A tônica da disputa era colocar frente a frente as versões mais vendidas, mas não necessariamente as mais completas dos sedãs médios mais vendidos do País.

Agora, como nas provas do salto com vara, é hora de subir o sarrafo, aumentar a linha de corte para os envolvidos na briga. Por isso convocamos as versões de topo de Corolla, Civic e Cruze. O primeiro, produzido em Indaiatuba, o Altis Premium a R$ 130.990 traz a inédita tecnologia híbrida flexível para a disputa, fabricado em Itirapina, o Civic (R$134.900) é o único do trio que não tem motor que pode rodar com gasolina ou etanol, e o argentino Cruze (R$ 122.790) tem motor turbo, como o Honda, porém flexível.

Cada um deles usa armas distintas para jogar nesse comparativo. O único item que não foi contabilizado na disputa é o seguro, pois o Cruze ainda não teve valores de cotação encontrados. O Cruze vem com um pacote recheado de inovações, o Civic com uma dirigibilidade impecável e o Corolla com uma nova tecnologia.

A disputa foi apertada, mas o Corolla venceu pela constância. Ele não é superlativo na maioria dos quesitos, mas soube manter números equilibrados em quase todos os quesitos. O Corolla também melhorou a dirigibilidade sem comprometer o conforto dos ocupantes. Os números de consumo são superiores aos rivais com a tecnologia.

Disponível aos três, estão controles de estabilidade e tração, seis air bags (sete no Corolla), câmera de ré e central multimídia com integração a Android Auto e Apple CarPlay. Um item simples, mas não disponível ao Corolla são os sensores de estacionamento. Corolla e Civic oferecem teto solar, não disponível no Cruze.

corolla

3º CHEVROLET CRUZE

Para quem faz questão de tecnologia e conectividade, o Cruze é “O” sedã. O modelo se destaca com sobras na lista de equipamentos em relação aos rivais. Traz frenagem de emergência, alerta de ponto cego e de saída da faixa de rolagem com correção, controle de velocidade adaptativo, Wi-Fi a bordo, serviço de concierge (OnStar), entre outros.

O interior é bem acabado, mas não é o melhor, cargo que ficou para o Civic. O motor 1.4 turbo atende bem as necessidades do modelo e está bem casado com a transmissão de seis marchas, que infelizmente só tem trocas pela alavanca.

O espaço é bom para quatro adultos, enquanto o quinto ocupante não viaja com tanto conforto graças ao túnel central, tal qual em Civic e Corolla. O porta-malas tem bons 440 litros, porém é o menor do trio. O Corolla tem 470 l e o Civic 517 l.

A suspensão do Cruze é muito confortável, porém macia demais. Isso deixa o sedã balançar demais nas curvas e deixa para quem está a bordo, a viagem menos confortável. A direção elétrica também é a mais insossa dos três. Falta peso, especialmente em trecho rodoviário, além das respostas serem lentas nas mudanças de direção.

PRÓS E CONTRAS

  • PRÓS – Itens de série: versão de topo vem super completa, com itens tecnológicos como o Wi-Fi a bordo e frenagem automática de emergência
  • CONTRAS – Dirigibilidade: Suspensão macia demais faz o Cruze balançar demais nas curvas e direção tem calibragem que não dá respostas diretas ao motorista

2º HONDA CIVIC

Do trio, o Civic tem o melhor nível de acabamento. O cuidado é evidente em cada peça e também no material. A lista de equipamentos, especialmente em termos de inovação é a menor. O modelo traz o que se espera da categoria e o único item que sobressai é a câmera extra no espelho externo direito, que serve – e muito bem – para evitar o ponto cego em trocas de faixas ou conversões.

O motor 1.5 turbo rende 173 cv, é o mais potente do trio. O câmbio automático CVT não tem opção de trocas manuais, apenas uma função S (Sport) para quem quer uma pimentinha extra na hora de acelerar. Esse conjunto entrega boa resposta, mas poderia ser melhor com um câmbio automático convencional, já que o CVT busca sempre privilegiar o conforto em detrimento do desempenho.

A melhor ergonomia também está no sedã de Itirapina. Os bancos acomodam bem ocupantes de qualquer tamanho e a posição de guiar é a melhor. Tanto Cruze quanto Corolla, deixam o condutor em uma posição muito elevada, mesmo no ajuste mais baixo do banco.

A dirigibilidade do Civic também é o ponto alto. O modelo tem o acerto de suspensão mais firme, o que agrada quem busca um pouco mais de esportividade nos sedãs. O porém é que o se o piso for ruim, ele também é o que mais judia dos ocupantes. A direção tem a melhor calibragem e entrega respostas diretas e precisas, em conformidade com a suspensão.

PRÓS E CONTRAS

  • PRÓS – Dirigibilidade: Posição de guiar é muito confortável e suspensão mais “esportiva” dos três passa tudo que está acontecendo no contato entre o piso e o pneu para a direção, bem direta.
  • CONTRAS – Itens de série: O Civic se equipara aos rivais no essencial, mas não traz grandes inovações ou itens extras que complementem seu pacote, apesar de ser o mais caro.

1º TOYOTA COROLLA

No topo da briga está a nova geração do Corolla. Ele melhorou muito em relação a geração anterior e com todos os itens possíveis e uma nova tecnologia de propulsor custa menos que o Civic. Ele ganhou além do trem de força híbrido, que segundo dados do Inmetro faz até 14,5 km/l na estrada e 16,3 km/l na cidade com gasolina.

O motor 1.8 rende até 101 cv e os dois elétricos 72 cv. Combinados, eles oferecem 122 cv. O torque é de 14,5 mkgf no motor a combustão e 16,6 mkgf no elétrico. A transmissão é automática CVT e o comportamento anestesiado é amenizado pelo torque instantâneo dos motores elétricos. O que incomoda é o isolamento acústico. Quando o conjunto é exigido ao máximo é possível ver como o som dos motores invade a cabine.

A dirigibilidade do Corolla ficou melhor que da geração anterior, mais refinada e um pouco menos anestesiada. Outra boa mudança foi a suspensão, que está mais firme e próxima a do Civic, porém sem perder o conforto característico do modelo.

O acabamento também melhorou e a modernidade chegou ao Corolla com um painel semivirtual, como no Civic, onde alguns itens continuam analógicos. No caso, a Toyota optou por uma interface melhor que a do Civic. Já o Cruze manteve o painel analógico apenas com uma tela para o computador de bordo.

PRÓS E CONTRAS

  • PRÓS – Inovação: O Corolla é o primeiro híbrido flexível e isso abre as portas para a inovação nacionalizada. O modelo ainda pode melhorar, já que o consumo com etanol ficou longe de mostrar do esperado para um híbrido.
  • CONTRAS – Isolamento acústico: Quando os motores elétricos e a combustão são exigidos à máxima, o som invade a cabine e deixa claro que o isolamento acústico poderia ser melhor entre a cabine e o cofre do motor.

OPINIÃO: Corolla é o fiel da balança dos três sedas

Se o Chevrolet Cruze pende para o lado da tecnologia, mas peca no prazer ao dirigir que é tão caro a quem busca um sedã, o Civic está exatamente do lado oposto. O modelo tem a lista mais espartana de itens de série, mas uma dirigibilidade invejável para quem foca na vontade de guiar com uma toca mais esportiva.

Cabe ao Corolla, vencedor deste comparativo, ser o fiel da balança, o ponto de equilíbrio entre as duas “escolas”. O sedã se aproximou um pouco do Civic ao ficar mais ágil, com uma direção mais refinada e uma suspensão melhor calibrada e um acabamento melhor.

Na outra base, o modelo entrega parte das tecnologias disponíveis no Cruze (ACC, leitor de faixa e frenagem automática), além de faróis de LEDs que o Cruze não tem. O senão é o fato de que com etanol o consumo não surpreendeu 9,9 na estrada e 10,9 km/l na cidade.

Modelo CRUZE CIVIC COROLLA
Acabamento 7 8 7
Câmbio 4 4 4
Conforto 6 7 8
Consumo 3,5 3,5 4
Desempenho 4 4,5 3,5
Equipamentos 9 6 8
Ergonomia 3 5 4
Espaço 3,5 3,5 3,5
Estabilidade 3 5 4
Estilo 3,5 4 4
Instrumentos 3 3,5 4
Manutenção 3,5 4 3
Motor 3 3,5 4
Porta-malas 8 10 9
Preço 7 5 6
Seguro
Suspensão 3 4 5
Usabilidade 3 3,5 3,5
Total: 77 84 84,5

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