quinta-feira, 30 de abril de 2020

Teste: T-Cross 200 TSI manual foca puristas

t-cross

A Volkswagen está celebrando um ano do lançamento do T-Cross no País. Curiosamente, a versão mas vendida do SUV compacto é a de topo, 250 TSI, cujo preço sugerido parte de R$ 116.190. Na outra ponta está a 200 TSI que, embora seja R$ 29.300 mais barata (parte de R$ 86.890), representou menos de 1% das 37 mil unidades vendidas em 2019. Avaliamos a versão de entrada, única com câmbio manual, para entender as causas desse fenômeno.



Vamos começar detalhando as versões disponíveis. A 200 TSI tem motor 1.0 turbo de até 128 cv de potência e câmbio manual de seis marchas. A caixa automática de seis velocidades é oferecida como opcional e custa R$ 7.600. Com esse equipamento a tabela sobe para R$ 94.490.

Versão intermediária parte de R$ 107.890

A versão intermediária, Comfortiline 200 TSI, tem preço sugerido de R$ 107.890. O motor é o mesmo 1.0 turbo, mas só há transmissão automática. Os R$ 13.400 a mais na tabela podem ser justificados pela ampla lista de equipamentos.

O pacote inclui itens bacanas, como painel virtual, navegador GPS e chave presencial, além de partida do motor por meio de botão. Há também firulas dispensáveis, caso de detalhes de acabamento como o pomo da alavanca de câmbio revestida de couro.

Chegamos à best seller Highline 250 TSI. Por R$ 116.190, a versão de topo tem como principal destaque o motor 1.4 turbo de até 150 cv de potência. A mais que a intermediária há itens como retrovisor interno eletrocrômico, start&stop (desliga e religa o motor automaticamente em paradas de semáforo, por exemplo) e acionamento automático dos limpadores de para-brisa.

T-Cross está bem posicionado

Do ponto de vista do posicionamento de mercado, a Volkswagen fez a lição de casa direitinho. Não há superposição de versões e as diferenças de preço entre elas são perfeitamente justificáveis.

“Precisa haver uma versão que funcione como ‘porta de entrada’ da linha”, explica o consultor Paulo Roberto Garbossa, da ADK Automotive. De acordo com ele, esses carros servem de chamariz.

“O anúncio informa: ‘preço a partir de…’. Quando o consumidor constata que o carro não traz itens que ele valoriza, a marca oferece os pacotes de opcionais”, diz. Garbossa afirma que versões mais simples, como a 200 TSI do T-Cross, são voltadas a quem, por exemplo, não gosta de câmbio automático.

Versão de entrada é ‘manca’

Questões mercadológicas à parte, ao volante a explicação para o sucesso da versão de topo é cristalina. O conjunto formado pelo motor de 150 cv e o câmbio automático deixa o T-Cross muito gostoso de guiar. As arrancadas são vigorosas e as retomadas de velocidade são feitas de modo gradual e sem sustos.

Na versão de entrada ocorre exatamente o contrário. O motor de três cilindros não se entende com a transmissão manual. Embora isso possa parecer um contrassenso, o 1.0 responde muito melhor em conjunto com o câmbio automático.

Câmbio automático é mais esperto

No T-Cross 200 TSI o motorista precisa pisar forte no acelerador a todo momento. Em arrancadas em aclives, por exemplo, o SUV parece se arrastar. Se por preciso reduzir e retomar velocidade em seguida, quem estiver ao volante vai passar sufoco.

A explicação para essa diferença de comportamento entre as duas caixas está no gerenciamento. No caso da manual, é uma questão de feeling e habilidade do motorista. A automática, por sua vez, conta com uma central eletrônica que calcula milhares de variáveis em uma fração de segundo.

Na prática, isso se traduz em uma condução menos cansativa e sem grandes surpresas. No mais o T-Cross 200 TSI é uma espécie de “Polão”. Assim como ocorre no hatch, o acabamento repleto de peças com ângulos retos e feitas de plástico duro está muito longe de despertar paixões.

SUVs em alta

A favor do SUV pesa o fato de a categoria ser a queridinha do consumidor. Mesmo que se trate de um carro derivado de um compacto, com tração dianteira e calçado com pneus 205/60 R16 de baixa resistência a rolagem e montados em rodas de 16 polegadas.

Se ainda assim o T-Cross for o seu objeto de desejo e o orçamento estiver apertado, pare de pedir comida por delivery, tome banho mais curtos e apague as luzes ao sair do ambiente. Economizando um pouco você conseguirá juntar os R$ 7,6 mil necessários para comprar o câmbio automático.

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Resumo

Versão de topo é a preferida

O T-Cross é produzido na fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais, no Paraná. De abril de 2019, quando o SUV compacto estreou, a dezembro, foram vendidas cerca de 37 mil unidades no Brasil.

Do total, 75% eram da versão Highline 250 TSI. As outras 9.100 eram 200 TSI, mas somente 800 (ou 0,2%) tinham câmbio manual. Ou seja: a mais barata de todas é a que menos vende.

Embora o acabamento não seja lá essas coisas, o T-Cross tem uma ampla lista de equipamentos de série. Sobretudo os voltados à segurança.

Ampla lista de equipamentos

Desde a versão de entrada há air bags laterais dianteiros e do tipo cortina, alertas de não utilização dos cintos de segurança dianteiros e assistente eletrônico de partida em aclives. Controles eletrônicos de estabilidade, tração e bloqueio do diferencial também fazem parte do pacote.

A assistência da direção é elétrica, os faróis têm luzes de LEDs de uso diurno e função que retarda o desligamento após os ocupantes saírem do carro. Há ainda sistema Isofix de fixação de assento infantil.

Os faróis tem acendimento automático, há sensores de obstáculos na traseira e alarme. Travamento automático das portas, vidros elétricos com função “um toque” e volante multifuncional também vêm de fábrica. Assim como o sistema de som com rádio, conexão via Bluetooth, tocador de arquivos MP3 e entradas USB e SD.

T-Cross Comfortline 200 TSI é intermediário

A Comfortiline 200 TSI, intermediária, acrescenta itens como câmera na traseira, saídas de ar e duas portas USB para o banco traseiro, além de um recurso que ajuda a economizar combustível.

Outros destaques são indicador de pressão dos pneus, frenagem automática pós-colisão, painel virtual, controlador de velocidade (piloto automático) e  rodas de liga leve de 17″ com pneus 205/55 R17.

Há ainda seletor de modo de condução, navegador GPS, chave presencial e partida do motor por meio de botão. Sensores de obstáculos na frente e atrás, central multimídia com tela sensível ao toque e volante multifuncional com borboletas para trocas manuais de marcha também chamam a atenção.

A Highline 250 TSI, de topo da linha, traz a mais equipamentos como retrovisor interno eletrocrômico e sistema que detecta fadiga do motorista. Além de start&stop (desliga e religa o motor automaticamente em paradas de semáforo, por exemplo) e acionamento automático dos limpadores de para-brisa.

Prós
Equipamentos
Modelo traz ampla lista de itens de série, sobretudo voltados à segurança, como controles eletrônicos de estabilidade, tração e bloqueio do diferencial, além de sistema Isofix de fixação de assento infantil.

Contras
Desempenho
O motor de três cilindros não se entende com o câmbio manual. O SUV parece se arrastar em arrancadas em aclives, por exemplo, e sofre para retomar velocidade.

Ficha técnica
Volkswagen T-Cross 200 TSI
Preço sugerido: R$ 86.890
Motor: 1.0, 3 cil., 12V, flexível
Potência (*): 128 cv a 5.500 rpm
Torque (*): 20,4 mkgf entre 2.000 e 3.500 rpm
Câmbio: Manual, 6 marchas
Tração: dianteira
Velocidade máxima: 193 km/h
Comprimento: 4,2 metros
Largura: 1,7 metro
Entre-eixos: 2,65 metros
Porta-malas: 420 litros
Tanque: 52 litros
Peso: 1.215 kg
Pneus e rodas: 205/60 R16
Freios: disco nas 4 rodas com ABS
Suspensão dianteira: Independente, McPherson
Suspensão traseira: Eixo de torção
Garantia: 3 anos
(*) Dados com etanol; Fonte: Volkswagen


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