domingo, 4 de outubro de 2020

Injustiçados: 7 carros bons e (relativamente) baratos, mas rejeitados

Qualidades técnicas nem sempre são sinônimo de sucesso comercial. Existem filmes aclamados pela crítica que foram verdadeiros fracassos de bilheteria. Com produtos industrializados, ocorre o mesmo: o Zune foi um fiasco de vendas, apesar de alguns o considerarem tão bom quanto o iPod. E não é diferente com os carros, que às vezes são bons e até baratos, mas nem por isso emplacam.

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O listão de hoje é justamente sobre eles: enumeramos 7 carros bons e baratos em relação aos concorrentes, mas com vendas em baixa. Cabe destacar que a seleção inclui apenas veículos novos e leva em consideração os preços de unidades zero-quilômetro. Confira!

Carros bons e relativamente baratos, mas injustiçados

1. Volkswagen up!

vw up 2020
  • Preços do Volkswagen up!: de R$ 51.590 (MPI) a R$ 60.990 (Xtreme 170 TSI)

Para os críticos, o up! é um subcompacto com preço de compacto. Tal afirmação é até verdadeira, mas há muitas outras questões sobre o modelo que merecem ser levadas em consideração. Fiat Mobi e Renault Kwid custam menos, mas têm padrão de construção mais simples: a nota máxima que o hatch da Volkswagen conquistou nos crash tests do Latin NCAP é a prova disso.

O alto padrão de segurança deve-se ao à origem do projeto, que foi desenvolvido para a Europa: coisa rara até entre os compactos, geralmente criados especificamente para países subdesenvolvidos. Mas vale lembrar que, a partir deste ano, o modelo só tem capacidade para quatro ocupantes.

Mas o trunfo do up! é o motor 170 TSI (1.0 de três cilindros turbo, com injeção direta), que equipa as versões Xtreme e Connect. Os 105 cv com etanol ou 101 com gasolina e, principalmente, os 16,8 kgfm de torque, sobram para os cerca de 900 kg de peso do hatch. Não há carros mais baratos com níveis tão bons de desempenho na mesma faixa de preço.

Com o propulsor 1.0 aspirado, que rende 82 cv e 10,4 kgfm com o primeiro combustível e 75 cv e 9,7 kgfm com o segundo, a performance é naturalmente pior, mas ainda razoável. O manejo do câmbio e o acerto da suspensão da gama agradam. Mas os materiais do habitáculo são simplórios, apesar da boa execução na montagem.

2. Peugeot 2008

novo peugeot 2008 frente 2
  • Preços do Peugeot 2008: de R$ 79.490 (Allure) até R$ 97.290 (Griffe)

O segmento dos SUVs compactos é o que mais cresce no mercado, mas o 2008 não tem conseguido surfar nessa onda. Apesar de ter projeto atual e características técnicas similares aos concorrentes, o modelo é o lanterna do segmento.

A gama tem duas opções de motorização. A opção menos potente é um 1.6 de aspiração natural, com 118 cv com etanol e 115 cv com gasolina, além de 16,1 kgfm de torque independentemente do combustível. Há ainda o 1.6 turbo com injeção direta (THP), capaz de elevar os números para 173 cv com o primeiro e 165 cv com o segundo, além de 24,5 kgfm com ambos.

O pênalti do modelo foi a demora para as versões turbo ganharem câmbio automático, o que só ocorreu há cerca de 1 ano. Agora, toda a linha conta unicamente com esse tipo de transmissão, que tem seis marchas tanto com o motor aspirado quanto com o turbo. O 2008 ainda é um dos bons carros do segmento, e tem preços dos mais baratos.

3. Chevrolet Cruze Sport6

cruze sport6 premier 1

  • Preços do Chevrolet Cruze Sport6: de R$ 105.290 (LT) a R$ 129.790 (Premier II)

O Cruze Sport6 integra um segmento em extinção: o de hatches médios. Os veículos dessa categoria foram dizimados pelos SUVs e crossovers, atuais queridinhos dos consumidores. Último sobrevivente da espécie, o modelo da Chevrolet, hoje, nem aparece entre os 50 automóveis mais vendidos do país, divulgado pela Fenabrave.

Com altura menor, tanto da carroceria quanto em relação ao solo, o motorista de um Cruze Sport6 não goza de uma elevada, que é justamente o trunfo dos SUVs e crossovers. Por outro lado, isso faz com que o hatch tenha condução mais esportiva e interativa, o que faz dele uma opção natural para quem gosta de dirigir.

O motor 1.4 turbo de quatro cilindros e injeção direta, que equipa toda a linha, entrega 153 cv de potência com etanol ou 150 cv com gasolina. O desempenho é bem interessante, graças também ao torque de 24,5 kgmf com o combustível vegetal e de 24 kgfm com o derivado do petróleo, entregue a apenas 2.000 rpm.

4. Nissan Frontier

nissan frontier
Nissan Frontier Attack
  • Preços da Nissan Frontier: de R$ 163.190 (S) a R$ 223.370 (LE)

Entra ano, sai ano, e a Nissan Frontier continua na lanterna do segmento de picapes médias. Com uma média de emplacamentos na casa de apenas 600 unidades mensais, o modelo vende 5 vezes menos que a Toyota Hilux. E isso não ocorre por causa dos preços, que, mesmo não sendo baratos, são competitivo em relação aos outros carros do segmento.

Essa rejeição também não encontra justificativa nas características técnicas da picape. O motor 2.3 turbodiesel tem duas configurações: nas versões de entrada, é sobrealimentado por um turbo e desenvolve 160 cv e 41 kgfm de torque; a partir das configurações intermediárias, a unidade traz dois turbos, elevando os números para 190 cv e 45,9 kgfm.

Potência e torque estão na média da categoria, portanto. E o conjunto de transmissão também: o câmbio pode ser manual de seis marchas ou automático de sete, mas toda a linha traz tração 4×4 com reduzida. Tampouco faltam preços competitivos ou tradição à Frontier, que está no mercado brasileiro desde os anos 90.

5. Kia Cerato

kia cerato 2020
  • Preços do Kia Cerato: R$ 94.990 (EX) e R$ 104.990 (SX)

Empresas do ramo automotivo sem fábricas instaladas no Brasil tendem a ter menor participação no mercado. Pesam contra elas a ausência de incentivos fiscais e a maior vulnerabilidade a variações cambiais. Apesar disso, o Kia é uma das poucas marcas que ainda vendem um sedã médio com valor inicial abaixo de R$ 100 mil.

Além dos preços relativamente baratos, o Cerato tem outros bons atributos frente aos carros do segmento, como design que lembra o do modelo Stinger e o acabamento interno bem-cuidado. Nem por isso, entretanto, o modelo vende bem: ele sequer figura no ranking da Fenabrave com os 50 veículos mais emplacados do Brasil.

Nas duas últimas gerações, o sedã tinha uma grande desvantagem em relação aos concorrentes: um motor 1.6 aspirado, cuja potência não passava de 128 cv, e o torque, de 16,5 kgfm. A atual, finalmente, adotou um 2.0: são  167 cv e 20,6 kgfm com etanol e 157 cv e 19,2 kgfm com gasolina. O câmbio é automático de seis marchas.

Boris Feldman já dirigiu o novo Kia Cerato: assista ao vídeo!

6. Citroën C4 Lounge

novo citroen c4 lounge 12
  •  Preços do Citroën C4 Lounge: R$ 103.990 (Shine) e R$ 107.490 (série especial 100 Anos)

Diante de qualquer outro sedã médio do mercado, o C4 Lounge não consegue esconder as rugas. Ele é um dos mais antigos do segmento, com nada menos que 7 anos de mercado. Em 2018, veio uma reestilização que mais atrapalhou do que ajudou. Para piorar, o modelo está em fim de carreira e não sobreviverá por muito mais tempo.

Entretanto, apesar dos pesares, o sedã tem bons predicados frente aos carros concorrentes, a começar pelos preços,  relativamente baratos. O desempenho ainda é uma das referências da classe: nesse caso, os méritos vão para o motor 1.6 (THP), com 173 cv de potência com  etanol, 165 cv com gasolina e 24,5 kgfm com qualquer um dos dois combustíveis.

Também contribuem para a dirigibilidade o bom acerto de direção e de suspensão. Além do mais, o acabamento é caprochado. Mas o caso é que, mesmo quando o modelo era novidade na categoria, as vendas não vingaram. Agora, próximo do fim da linha, ficou praticamente impossível atrair compradores.

7. Renault Duster Oroch

renault duster oroch dynamique 20 verde em movimento
  • Preços da Renault Duster Oroch: de R$ 73.400 (Express) a R$ 90.970 (Dynamique 2.0 automática)

Outro modelo que segura a lanterna do segmento é a Oroch. Apesar de ter inovado ao criar um subsegmento, devido ao porte ligeiramente maior que o das picapes compactas, o utilitário sempre foi coadjuvante no mercado. Em parte, porque a caminhonete da Renault logo acabou ofuscada pela Fiat Toro, que é semelhante em conceito.

A questão é que a Oroch é um dos carros utilitários mais baratos do mercado (a Toro está em uma faixa superior) e ainda entrega bons dotes. Um dos pontos fortes é o espaço interno generoso. O outro é o desempenho: trata-se da picape flex mais potente do segmento, graças ao motor 2.0 com 148 cv e 20,9 kgfm com etanol e 143 cv e 20,2 kgfm com gasolina.

Esse motor pode ser associado a câmbios manual de seis marchas ou automático de quatro. Quem não faz questão de desempenho pode optar pelo 1.6 de 120 cv com o combustível vegetal, 118 cv com o derivado do petróleo e 16,5 kgfm com ambos. Nesse caso, o câmbio é manual de cinco velocidades.

Pesa contra a Oroch a desatualização em relação ao Duster, do qual o projeto é derivado. Nem mesmo a chegada da nova geração da Fiat Strada fará a Renault se mexer nesse sentido.

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