O que não falta é opção de carro para comprar: zero-quilômetro, seminovo ou usado, sedã, SUV e hatch, com motor aspirado ou turbo… enfim, uma infinidade de opções. A gente aqui no AutoPapo aconselha muitos modelos e versões de carros para você comprar, conforme a sua necessidade. Mas também tem o outro lado da moeda: o dos automóveis que são recomendáveis evitar por inúmeras razões, desde desvalorização até mecânica.
Carros com câmbios automatizados
Nos anos 2000 houve uma avalanche de compactos com caixa automatizada com embreagem simples. Era um sistema que prometia conforto de automático a um preço acessível, pois o equipamento, na verdade, mantém a embreagem, mas não o pedal – ela é acionada por um robozinho conforme a velocidade e a rotação.
Acontece que, com embreagem simples, o desempenho se mostrava bastante manco na maioria das opções disponíveis – e até em alguns com embreagem dupla… Dão trancos absurdos, demoram demais nas retomadas e falta sensibilidade e progressividade para situações de manobra.
Logo, essas transmissões receberam apelidos pouco nobres, começaram a dar problemas (um módulo pode custar R$ 3.000) e muitos donos buscaram a conversão para câmbio manual em oficinas independentes. Com isso, os modelos com essas caixas se desvalorizaram – tem carro que é 10% mais barato seminovo do que o similar, de mesmo ano e versão, com a transmissão manual “raiz”.
Carros que ficaram pouco tempo no mercado
Há exceções, mas geralmente um automóvel que ficou menos de dois anos no mercado pode sair caro no pós-venda. Com menos veículos circulantes, a tendência a ter dificuldades em encontrar peças, e delas serem mais caras, é grande. Isso pode impactar, ainda, no custo do seguro, que costuma ser mais salgado para modelos que venderam pouco.
Deve-se pensar também no futuro. O carro em si até pode ser um potencial colecionável, ou se tornar um exemplar de nicho, mas tenha em mente que ele sofre uma desvalorização maior. E sua liquidez também não é tão simples.
Sedãs médios e SUVs sem câmbio automático
As transmissões automáticas começam a se popularizar no segmento de compactos, mas em outras categorias elas já são mandatórias. No de sedãs médios, por exemplo, comprar um exemplar com caixa manual é quase querer casar com o veículo com juras de amor eterno. Alguns três-volumes, inclusive, sequer tem opção de versão com câmbio mecânico em suas linhas.
Essa tendência já está forte também no segmento de SUVs compactos. Tem utilitário que só tem opção manual para frotista/vendas diretas ou para servir de chamariz nas propagandas com preço “a partir de…”. Além disso, esses modelos manuais, sedã ou SUV, vão desvalorizar lá na frente e serão mais difíceis de vender.
Carros com ar instalado fora da fábrica
Hoje poucos modelos saem de fábrica sem o equipamento, mas o ar ainda era raro em carros dos anos 1990 e início dos 2000. Por isso, se for comprar um usado dessa época fique atento se o equipamento é original ou se foi instalado. O climatizador colocado posteriormente e fora da concessionária costuma desvalorizar o veículo.
Ainda é preciso ficar atento se a instalação foi feita corretamente. A colocação de ar em um carro que não era preparado para isso demanda bateria com amperagem maior e as mesmas revisões periódicas – inclusive com troca de filtro – que um modelo com o item original precisa.
Carros sem direção assistida e sem ar-condicionado
Na carona do tema anterior, pegar um automóvel desses é como casar com um sapato. Como dito, carros sem ar-condicionado e sem direção hidráulica ou elétrica são raridade entre os zero-quilômetro. E tratam-se de dois itens que, quem teve uma vez, não vai querer abrir mão nunca mais. Ou seja, vender um veículo sem esses equipamentos será tarefa tão difícil quanto encontrar a paz no Oriente Médio.
Carros rebaixados
Pois é, algumas vezes os carros não obedecem a engenharia no processo de rebaixamento. Isso pode comprometer a dinâmica do automóvel e até mesmo o funcionamento de itens de segurança, como os controles de tração. Além disso, veículo com pouco vão livre do solo vai raspar com mais facilidade em lombadas, valetas e até mesmo na rampa da garagem. E o consumo de combustível pode aumentar em mais de 5%.
Carros com histórico de sinistro
Fique atento ao histórico do veículo. Se ele teve algum sinistro, pesquise. Carros roubados/furtados podem ter sido depenados e já não ter todas as peças originais.
Já os batidos podem até ter sido consertados, mas se afetou a balança ou componentes estruturais importantes, o automóvel nunca mais terá o mesmo em desempenho, estabilidade ou dirigibilidade. A dica é contratar um serviço de laudo cautelar automotivo para investigar o carango.
Carros de leilão
Aqui vai depender muito do carro em si. Isso porque se o carro foi para o prego por inadimplência do antigo dono, o leilão tende a ser um bom negócio – ainda mais que os preços em leilões costumam ser de 30% a 50% mais baratos. Agora, modelos sinistrados podem representar uma dor de cabeça.
Muitas seguradoras não aceitam fazer seguro do veículo quando ele já tem algum sinistro – e muitos leiloados têm alguma sinistralidade. Além disso, pesquise bem sobre o automóvel antes do leilão. A maioria dos pregões não permite que você ligue ou ande com o carro antes – geralmente, só é possível olhar o veículo por fora.
Boris Feldman comenta sobre carros de leilão. Confira!
Carros com GNV
Os kits chamados de quinta geração de Gás Natural Veicular prometem tirar menos eficiência dos motores. O problema são os equipamentos anteriores e mais antigos, que “roubam” de 5% a 10% do desempenho do propulsor original.
Carros com GNV ainda costumam ser muito rodados e/ou usados para o trabalho, e o kit também deve ter passado por manutenção periódica, caso contrário é problema na certa.
Sedãs com pouco espaço
O conceito de sedãs compactos apertados ainda persiste em poucos modelos zero ou em muitos seminovos. Mas evite esse tipo de carro. A tendência, mesmo no mercado de entrada, é por veículos três-volumes com bom espaço no banco traseiro e amplo volume no porta-malas. Isso melhora a versatilidade do carro, que acaba por se tornar opção para quem quer um veículo para a família ou para o trabalho.
Fotos: Shutterstock
O post Carros que não recomendamos: fuja deles! apareceu primeiro em AutoPapo.
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