Dizer que algo de procedência chinesa é ruim, hoje em dia, é preconceito de quem ficou parado no tempo. Seja um smartphone, computador ou automóvel. Se há produtos que ainda fazem jus a uma má fama, há outros tantos que não – e é na segunda categoria que está o Caoa Chery Tiggo 8. Produzido em Anápolis (GO), o maior SUV da gama da Caoa Chery tem porte e preço grandiosos: R$ 168.600. Além do bom espaço, a lista de equipamentos ajuda.
De série ele traz seis air bags, luzes de LEDs, chave presencial, acionamento remoto do ar-condicionado de duas zonas, painel de instrumentos virtual, controles de tração e estabilidade; freio elétrico com assistentes de partida em rampa e de descida. Outros itens são os sete lugares, câmera 360º, sensores de obstáculos dianteiros e traseiros, controle de velocidade de cruzeiro, teto panorâmico, carregador de celular por indução e alerta de ponto cego.
O Tiggo 8 traz algumas inovações bem interessantes. A tampa do porta-malas, com abertura elétrica, pode ter o ângulo de abertura ajustado entre 50% e 100%, com função de memória, além de ter função antiesmagamento, como os vidros. Há ainda abertura por aproximação e sem “malabarismos” com o pé sob o para-choque. Basta se aproximar da tampa com chave no bolso, as lanternas vão piscar e ai é só se afastar dois passos e a tampa se abre. Se a pessoa continuar próxima a tampa, o comando é cancelado. A alavanca de câmbio foi substituída por uma no estilo “joystick”, que tem comandos elétricos, algo encontrado em carros de segmento de luxo.
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No visual, ele traz a linguagem visual da marca, encontra nos demais modelos, sedãs e SUVs. A dianteira é imponente e marcante. Na traseira, o visual se destacada pelo conjunto de lanternas, enquanto as laterais são mais comedidas. Ainda que na China ele já tenha um novo visual, as linhas estão atuais e em conformidade com o restante da gama.
Por dentro
Em termos de acabamento, o Tiggo 8 vai muito bem. Couro no painel e nos bancos com costura contrastante. Detalhes em preto brilhante no console central, comandos de ar-condicionado em tela que simula ser sensível ao toque, e sem exagero de cromados.
A ergonomia é um ponto bom do SUV. É fácil encontrar a melhor posição de guiar e o banco do motorista, com ajustes elétricos, permite ajuste bem próximo ao assoalho, para quem prefere uma posição mais baixa. Os comandos estão ao alcance das mãos e são práticos.
A central multimídia é bem prática e responde bem, diversas funções podem ser comandadas por ele, o que reduz o número de botões físicos e deixa o interior bastante limpo. O pênalti está por não ter integração a Android Auto só com Apple CarPlay. Ela tem um sistema de espelhamento da tela do smartphone com Android que não é muito prático.
Com 4,7 metros de comprimento e 2,71 de entre-eixos, o Tiggo 8 impressiona pelas medidas e atende bem. O espaço é bom para quem vai na frente e na segunda fileira de bancos. A terceira pode até levar adultos, mas sem conforto; o espaço é adequado para crianças. A fileira do meio é corrediça para poder dar mais espaço para as pernas de quem vai na última fila. O túnel central baixo facilita a vida de quem vai sentado no meio.
O acesso a terceira fileira é feito apenas pelo lado direito do veículo. Se por um lado parece algo que prejudica a mobilidade, por outro, serve de segurança para o acesso com crianças, já que é o lado da calçada. Com cinco lugares em uso, o Tiggo tem 889 litros de capacidade de porta-malas declarado pela Caoa Chery. Com os sete lugares em uso, são 193 litros e com dois lugares chega a 1.930 l.
Em movimento
Sob o capô, o Tiggo 8 esconde o motor 1.6 turbo com injeção direta, a gasolina. Ele entrega bons 187 cv e 28 mkgf. O câmbio é o automatizado de dupla embreagem e sete marchas. A diferença para o câmbio de Tiggo 5x e Tiggo 7 é que esse é banhado em óleo, o que reduz o atrito e mitiga os trancos entre as trocas. Além disso, permite que trabalhe com mais eficiência em temperaturas mais altas e no anda e para dos grandes centros.
Apesar dos 1.573 kg declarados pela Caoa Chery, o SUV tem um bom desempenho. Acelera bem em retomadas e ultrapassagens. Ele traz ainda dois modos de condução: eco e sport. Diferentemente do que acontece com o Arrizo 6, o Tiggo 8 vai bem no modo eco na cidade e a diferença entre os modos é menos gritante, muito disso por não usar câmbio CVT como o sedã. Se quiser dar mais “esportividade” é possível realizar as trocas de marcha pela alavanca de câmbio, mas aletas no volante seriam bem-vindas também.
Dado o tamanho do Tiggo 8, a direção com assistência elétrica entrega uma relação boa, mas não tão direta. Com o 1,7 m de altura, o SUV tem um centro de gravidade alto. A suspensão do tipo independente nos dois eixos, ajuda a mitigar o balançar da carroceria, especialmente nas curvas.
Ainda que a calibragem seja voltada mais ao conforto, ela mantém o carro bastante estável enquanto filtra bem buracos e imperfeições do piso. Isso não impede que ela seja barulhenta nesse tipo de percurso – melhor isolamento nas caixas de roda poderiam reduzir essa sensação.
FICHA TÉCNICA – CAOA CHERY TIGGO 8
Preço: R$ 168.600
Motor: 1.6, 4. cil., 16V, turbo, gas.
Potência (cv): 187 a 5.500 rpm
Torque (mkgf): 28 a 2.000 rpm
Câmbio: Automatizado, 7 m.
Comprimento: 4,70 metros
Entre-eixos: 2,71 metros
PRÓS E CONTRAS
Prós
Desempenho – Motor e câmbio trabalham bem juntos e dão desempenho justo ao Tiggo 8 apesar do porte do SUV.
Contra
Conectividade – Central multimídia peca ao não oferecer integração com Android Auto; espelhamento não é prático.
https://jornaldocarro.estadao.com.br/carros/teste-tiggo-8-caoa-chery-suv/ visto pela primeira vez em https://jornaldocarro.estadao.com.br
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